sábado, 7 de março de 2009

História, Literatura e Arte Caminham Juntos!

A Metáfora do Sertão em pleno século XXI. Ainda existe isso?

Escutando o novo cd de Victor e Léo, se não me engano traz como título o nome de ”Borboletas”, notei algo muito arredio. E precisei resgatar dessa minha memória que anda um tanto ausente comigo, os períodos literários que passamos para que chegássemos ao século XXI.
Quinhentismo, marcado pela era colonial; Barroco, acompanhado com a Santa Inquisição – tento, mas não compreendo porque Santa antecede Inquisição, já que de “divino” não tinha nada. Arcadismo, pronto, chegamos onde eu queria. Período literário que traz consigo a vida no campo, como um dos temas centrais, a idéia de fugir da cidade para buscar uma vida simples, um lugar ameno e agradável, sem luxo. E, em uma das músicas do Victor e Léo diz: “Nunca vi ninguém viver tão feliz, como eu no sertão. Perto de uma mata e de um ribeirão, Deus e eu no sertão”.
O Arcadismo foi de 1768 a 1838, e depois desse período a sociedade passou por várias transformações literárias. Romantismo, com obras do engajado Castro Alves; Realismo do nosso saudoso Machado de Assis; Naturalismo; Parnasianismo; Simbolismo; Pré Modernismo; para que então chegássemos na era Moderna. Foram transformações literárias e sociais, Revolução Francesa, Independência do Brasil, Abolição dos Escravos, Segunda Revolução Industrial, Primeira e Segunda Guerra Mundial, Guerra Fria.
Eu não entendo, passados séculos, com uma afamada metamorfose ambulante dessas (inesquecível Rauzito) alguém ainda consiga escrever letras tão mesquinhas. Pergunto-lhe, do que adiantou a briga de Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Mário de Andrade, para que fossem escritas obras relevantes para sociedade, que fizessem a sociedade pensar, analisar a sua volta, analisar por quem você é comandado e como é comandado? Ou melhor, músicos como Gonzaguinha, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, que deram a cara a bater durante a ditadura que o Brasil viveu. Para que serviu tanta revolta? De que adiantou serem vanguardas da música brasileira? Para chegar artistas do século XXI e voltar séculos fazendo jus há um tempo que não existe mais?

É fácil escrever “das horas não sei, mas vejo o clarão, lá vou eu cuidar do chão. Trabalho cantando, a terra é a inspiração, Deus e eu no sertão”. Pois não precisa pensar muito, só relatar algo que é óbvio, ou melhor, era óbvio, já que hoje em dia a tecnologia também atingiu o sertão.

A dupla iludi-se com o sucesso, e a sociedade se iludi com suas letras. Por isso me revolto quando vejo músicos e bandas boas, saindo do mercado, músicos que realmente oferece uma visão da sociedade do século XXI, letristas que dizem através de suas músicas verdades como: “Todo dia um ninguém José acorda já deitado. Todo dia, ainda de pé, o Zé dorme acordado. Todo dia o dia não quer raiar o sol do dia. Toda trilha é andada com fé de quem crê no ditado, de que o dia insiste em nascer”. Mas sei que de nada adianta revoltar-me, pois o que o povo gosta é de música que gruda, ou música de fácil entendimento. Victor e Léo? Ainda vão longe meu povo.

Ao som de Elis Regina, tive mais certeza dessas MINHAS afirmações!

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