sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Outra Noite Que Se Vai


Quando eu tinha menos de um mês de vida, você me colocou no sofá com uma almofada em cima, e em seguida pediu para a avó sentar para ver se eu morria esmagada (na época minha avó tinha uns 100 quilos).
Assim que aprendi a falar, e o que é pior, a andar, eu queria ir com você em todos os lugares, queria andar com a sua turma, e fazer tudo o que você fazia.
Quando éramos protótipos de gente, apostávamos para ver quem acabava a mamadeira mais rápido.
Sempre que o Pai ia na vídeo locadora, ele tinha que trazer os filmes: Estrelinha Mágica e Dirty Dancing. Eu chorava vendo a produção do Maurício de Souza, e você se encantava com o ritmo quente de Johnny Castle e Frances Houseman, pois desde pequena é apaixonada por dança.
Já em São Paulo, arrumei briga com algumas meninas na escola onde eu estudava, e o que é pior no dia que era para levar visita. E o argumento para me sair bem dessa confusão, era que tinha uma irmã mais velha e essa minha irmã acabaria com elas. No fim corremos praticamente o dia inteiro tentando fugir das meninas.
De volta a Santa Bárbara, ficamos super felizes quando a Mãe comprou uma beliche para nós, e depois de algum tempo preocupadas também, já que você sempre foi sonâmbula e descia da cama de qualquer jeito no meio da noite.
Sempre fazia meus deveres de Educação Artística, pois nunca me dei bem com a terceira arte. Sempre tirou sarro de mim (principalmente na fase que a gordura reinava sobre a minha pessoa), mas não gostava quando alguém de fora fazia isso. Quando caí da rede na casa da tia, para não inchar meu rosto, mais do que já estava, colocou carne moída congelada tentando ajudar. Você sempre fazia uma voz estranha fingindo ser um E.T no corpo da minha irmã, falava que tinha abduzido-a e que ela nunca mais voltaria, e eu chorava desesperada pedindo você de volta.
A primeira vez que fomos no cinema e no Mc Donald´s sozinhas, a hora que fomos comer tinha um garotinho pegando os restos dos lanches no chão, não gostamos do que vimos e você sugeriu que déssemos nossas batatas para ele, e fizemos isso.
Já caímos de biz juntas, e viemos rindo até em casa. Você já caiu de biz em frente ao mercado e eu presenciei, só que dessa vez só eu voltei rindo. Já brincamos de pega-pega na praça central em plena chuva, e no caminho de volta ficávamos pensando o que falaríamos para Mãe caso ela estive acordada.
E agora com dezoito anos e você com vinte e dois, completo hoje dia 26, percebo que nunca deixarei de “depender” de ti. Uma prova disso aconteceu há três dias, acabou a força eu estava usando o computador e você dormindo. Te acordei falando: “Má... Ô Má... Acabou a força, tô com medo, me leva na cama?”.
O que seria a nossa irmandade se não fossem as brigas? E o que seria do nosso amor se não fossem o companheirismo e as lembranças?!

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domingo, 22 de fevereiro de 2009

*Ave Cruz

Mal entrei para esse mundo, e já estou abandonando-o ?!
A correria do dia-a-dia me deixa sem tempo, melhor dizer, o estudo diário me deixa totalmente sem tempo.
E por falar em estudo, começaram minhas aulas (de cursinho) na segunda passada. Eu como sempre prevenida e adiantada, liguei na rodoviária às 5h00 para me informar o ônibus que pegaria e o horário. Em plena 5h00 sou obrigada a escutar: “Você estará pegando” “Não posso estar te ajudando” e assim por diante. Nada que um banho em seguida não resolveu.
Tudo lindo, Mamãe acorda para fazer café para filha; espera a filha sair do banho para ver se deu certo o horário do ônibus; filhinha dá beijinho na Mamãe antes de sair.
No caminho até o ponto onde eu entraria na Mercedes Bens, vou lutando contra a ansiedade e o medo do novo (sim, eu ainda tenho os sintomas do prézinho), até que paro (alguma coisa me fez parar) e olho para baixo, logo em seguida percebo que era um COCÔ - estava mais para merda do que qualquer outra coisa – e mais impressionada do que eu vi, foi notar que não havia pisado. Pensei: “Não é possível, eu desastrada do jeito que sou, não pisar nesse cocô (merda)?! Alguma coisa tem”. E realmente tinha.
Continuei meu caminho com meu inseparável amigo (mp5), cheguei no ponto e não demorou muito para o ônibus aparecer, entrei, paguei e assim que sentei conferi o troco (honrando o título de mão de vaca) e vi que tinha algo errado, quando olhei no destino do bilhete, confirmei que tinha, pois seguia para PIRACICABA!!! Fui falar com o motorista e este me confirmou, desci na parada seguinte. Nunca pensei que gastaria 5,00 reais para andar um quarteirão. E por mais que fosse coisa da minha imaginação, eu senti que todos do ônibus prestaram atenção no ocorrido, e sentiram vontade de rir.
Enquanto esperava o ônibus certo, não sabia do que sentia mais raiva:
1. Da minha burrice de não confirmar o destino da Mercedes.
2. Da mulher “gerundiana” e mais mula que eu, pois o mínimo que ela poderia ter feito, era me informar corretamente onde pegaria o ônibus e o horário, já que recebe para isso.
E cheguei a conclusão que era melhor rir de tudo aquilo, pois como boa pé quente que sou, era um sinal de que o ano letivo começaria bem. Sem ironias.



* Tenho um amigo que insisti em dizer que tenho um filme: "O Mais Curioso Caso de Mirela das Neves". O argumento dele é que nasci velha e morrerei velha. Estou quase acreditando nessa teoria, pois em pleno sábado de Carnaval, optei por ficar em casa e assistir "Onde os Fracos Não Têm Vez" (segunda vez, para ver se entendo, os cinéfilos que me perdoem mas acho que para compreender mesmo, terei que partir para uma terceira vez). Assim que acabou o filme vim para cá, atualizar o blog ao som da cantora Céu. Precisava desse tempo comigo e com "minhas" músicas, coisas que as marchinhas não me dariam. Quem sabe amanhã não seja o dia delas.

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domingo, 15 de fevereiro de 2009

Além do que se vê

Adoro fotojornalismo, foto em si já me fascina, mas fotojornalismo realmente prende a minha atenção. Observo-a como se olhasse um quadro, pois sei (pelo menos deveria ser) que o fotógrafo que executou tal arte, quer dizer algo além da imagem. E, é por essa mensagem nas entrelinhas que me encanto. Fico imaginando como conseguiu captar a imagem, reparo no enquadramento (não que eu saiba muito, mas o básico que sei, dá para enganar), e olho também para o figurante. Penso no que passa na cabeça da pessoa naquele momento. No caso de alegria muita satisfação, e no caso de tristeza, o desespero parece ser seu companheiro, como na foto abaixo:


"O coronel assassinou o preso; mas eu assassinei o coronel com a minha câmera". Palavras de Eddie Adams, fotógrafo na Guerra do Vietnã.



Neste ano o World Press Photo deu ao brasileiro Luiz Vasconcelos do jornal “ A Crítica”, o primeiro lugar na categoria “Notícias em Gerais”.

Mas uma que me impressionou tanto pela imagem quanto pela colocação, pois merecia o primeiro lugar e ficou em terceiro, na categoria "Sports Action", foi está:

Mas da foto ganhadora não há o que discutir:



E quanto a ela penso que: “A humanidade não tem raiva de determinado lugar, mas de determinadas pessoas que se renovam de quatro anos em anos!”.


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sábado, 14 de fevereiro de 2009

Como acabar com uma paquera via messenger

Pessoa: Oi, tudo bom?

Eu: Oi, tudo jóia!

Pessoa: Nossa é difícil encontrar você por aqui.

Eu: Realmente. Não tenho muita paciência para msn.

Pessoa: Você é brava mesmo, ou é só cara? (eu ri demais quando li isso, pois quem me conhece sabe como sou brava).

Eu: Hahahaha. Pode ter certeza que é só cara. Mas você também tem cara de bravo, ou também é só a cara?!

Pessoa: Pode ter certeza que é só a cara, pois sou calmo.

Eu: Hehehe. Acho que é a sina dos irmãos mais novos ter cara de IDIOTA! (juro que queria ter escrito BRAVO, mas meu cérebro processou uma coisa e a mão escreveu outra totalmente diferente).

Pessoa: Oloko. Ta me tirando de idiota?

Eu: Juro que não quis dizer isso.

Tentei me explicar, mas tenho certeza que foi em vão, assim que falamos tchau, ele disse para completar: “Não acreditei muito na desculpa do idiota, mas deixei passar porque achei você uma menina muito simpática”.

Ufaaa!! Quem diria que a minha simpatia serviria para alguma coisa um dia. Afinal não podia ficar um clima ruim entre nós, pois ele é irmão do namorado da minha irmã. Complicado né?! Pensando bem, não teria problema em ficar um clima.


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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O Vento



Tudo encaminhava para ser a mesmice de sempre: acordar, comer, esperar Mamãe chegar, dar uma fuçada na rede, deitar com Mamãe na sala (com direito a Lilica em cima da minha barriga), ver TV, encher a paciência da Tata, voltar a fuçar novamente na rede e dormir.
Só que teve um detalhe que fez toda a diferença, tive que sair de casa para levar o remédio para vovó na casa dela. Resolvi ir de bicicleta, pois assim que saísse de lá aproveitaria para dar uma andada em alguns lugares que me fazem bem, aqui na minha cidade, (sim, têm lugares aqui em Santa Bárbara que me fortalecem, por incrível que pareça) já que eu estava precisando espairecer.
No caminho até a casa da D. Hilda parei na padaria e comprei alguns docinhos que imaginei que ela gostaria. Cheguei na casa dela, com minha bicicletinha e com a sacola na mão, assim que ela me viu abriu aquele “sorrisão” - que faz a gente se sentir o ser mais amado da face da terra – e mandou-me entrar.
Conversa vai, conversa vem, e eu observava aquela senhora de oitenta anos olhando para mim, e só me vinha na cabeça o filme “O Curioso Caso de Benjamin Button”. Pois há dezoito anos, era ela quem ia em casa, era ela que ligava quando chovia perguntando se eu estava com medo, era ela quem cuidava de mim. Fiquei ainda mais encantada por aquela mulher, me apaixonei ainda mais. (Mas a D. Hilda merece um post especialmente à ela, então pararei por aqui).
Saí de lá com mais vigor, mas ainda sentia que precisava de mais. Então percorri o caminho que faz eu repensar na vida e no que eu quero. Ao som de Luiza Possi (sim, não saio de bicicleta sem a presença do meu mp5) desci uma ladeira, berrando o que escutava e observando o que estava ao meu redor - a natureza. Logo em seguida desci da bicicleta e percorri de a pé um longo caminho, onde só tinha eu, minha bicicleta, meu mp5, e a natureza.
A rota final do “caminho da reflexão” foi parar em uma árvore – árvore essa que frequento desde criança, quando brigava com meus pais é lá que ia chorar, quando estava feliz é para lá que eu ia também, e para completar, era lá que me encontrava com meus ‘paqueras’- encostar a bicicleta e subir nessa árvore. Fiquei por longos minutos ali, só pensando e escutando meu mp5. A parte mais encantadora disso tudo, foi quando começou a tocar “O Vento” e acreditem ou não, mas começou a dar uma corrente de ar mais forte. Parecia que a natureza dizia para mim: “Não se preocupe demais com as coisas materiais, pois o que te dá mais felicidade, você não precisa comprar”.

*Alguns amigos, têm certeza que quando eu entrar na faculdade virarei hippie. Não nego, nem concordo. Mas uma coisa é certa, assim que cheguei em casa adorei entrar debaixo do chuveiro e tomar aquele banho abençoado.

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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Esquadros

Nem tudo o que vemos é o que parece ser.


Hoje o dia é meio Adriana Calcanhoto, mesmo tocando em meu rádio o último cd do Los Hermanos.
Nesse momento meu amigo Rodrigo Amarante pergunta quem é mais sentimental que ele. E, eu respondo dentro de mim: Eu! Como tenho certeza que muitas pessoas já responderam isso para si mesmo.
O que é ser sentimental? É amar e não ser amado? É pedir um minuto de atenção quando você fala algo que realmente acha interessante, mas mesmo assim ninguém presta atenção? Quando sente aquela tremenda saudade, mas não fala para ninguém com medo de não ser compreendido? Quando chora de arrependimento por ter magoado alguém que você ama? Não! Não... Isso não é ser sentimental, é ser humano.
Faz parte da natureza do homem: nascer, crescer, amar, sofrer, chorar, casar, procriar, ser feliz, e morrer. É o grande chavão da humanidade, mas alguns barram esse caminho, outros dificultam, outros crescem para nascer, outros choram para amar e outros morrem sem serem felizes.
Há quem diga que ser sentimental, humano, é ser antiquado, é ser brega. Mas se o mundo fosse mais brega e menos competitivo, menos tecnológico, não esqueceríamos tão fácil das coisas simples, como um sorriso ao dizer bom dia para uma pessoa, caminhar no parque, andar de bicicleta, fazer uma visita surpresa na casa da avó da gente, pois só na casa de avó sentimos aquele aroma bom de bolo, aquela alegria inexplicável, aquele olhar.
Nós buscamos tanta facilidade para o dia-a-dia sem perceber que dificultamos a felicidade, que dificultamos o amor, a amizade.
Eu ainda prefiro ser humana, ser sentimental, prestar atenção nas cores, prestar atenção também no que minha irmã ouve. Eu ainda prefiro divertir gente e chorar ao telefone, assim como faz minha amiga Adriana Calcanhoto.


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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Primeiro Andar!

Só no meu canto, aquele cantinho que tento encaixar meu violão e meu corpo, é que me entrego. É só naquele cantinho que não tenho medo do mundo e do que será de mim. É naquele cantinho que me encontro e não tenho receio do que penso nem do que falo para mim e meu violão. É apenas nesse cantinho que choro, rio, e me rendo.E a partir de hoje dividirei esse meu recanto com todos que por ventura passarem por aqui. Quero tornar-lo belo como a doce voz de Vanessa da Mata, e sensato quanto às letras de Ana Carolina. Alegre igual Marisa Monte e leve feito Adriana Calcanhoto. Quero discursar como Rodrigo Amarante e também lutar como o Seu Jorge. Enfim não quero apenas conhecimento, mas sim que a sabedoria também brilhe em mim.Espero que gostem dessa humilde roda de violão onde cantaremos de tudo e mais um pouco.

Até breve.

* O nome do título é uma música do Los Hermanos, confiram. Não se arrependerão.

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